Médico cardiologista, Fernando Nobre, fala sobre um importante pesquisa que traz detalhes interessantes sobre o assunto
Um estudo publicado na revista Nature Medicine relaciona dietas ricas em alimentos de origem vegetal e consumo moderado de produtos animais a um envelhecimento saudável. A pesquisa, Alimentação equilibrada auxilia o envelhecimento saudável, conduzida por cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, analisou dados de mais de 105 mil participantes entre 1986 e 2016.
Definição de envelhecimento saudável e padrões alimentares
O envelhecimento saudável foi definido como a sobrevivência até os 70 anos sem 11 doenças crônicas importantes, incluindo hipertensão, alterações no colesterol, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, além da preservação das funções cognitivas, físicas e mentais. Foram avaliadas oito dietas, como a mediterrânea, DASH, saúde planetária e outras baseadas em vegetais e com propriedades anti-inflamatórias.
Resultados da pesquisa: Após 30 anos de acompanhamento, 9.712 indivíduos atingiram o envelhecimento saudável. A maior adesão a qualquer dos padrões alimentares estudados esteve associada a maiores chances de manter a saúde cognitiva, física e mental. Quase 40% dos participantes chegaram aos 70 anos, e mais de um quarto permaneceu livre das doenças crônicas avaliadas.
Leia também
“Fiquei surpresa com a força das associações entre os padrões alimentares saudáveis na meia-idade e os benefícios na velhice, mesmo após considerar outros fatores importantes”, afirmou a doutora Anne Julie T.C., autora do estudo.
Recomendações dos pesquisadores: Ela recomenda que médicos orientem dietas ricas em vegetais, frutas, grãos integrais e gorduras saudáveis, considerando as preferências culturais e individuais dos pacientes. Destacou também a importância da inclusão de proteínas de origem animal, como peixe e iogurte, ou a substituição por proteínas vegetais de alta qualidade, como leguminosas, para preservar a funcionalidade física com o avanço da idade.
Informações adicionais
O estudo reforça a possibilidade de adotar uma alimentação que beneficie tanto a saúde individual quanto a sustentabilidade ambiental, especialmente por meio da dieta da saúde planetária, que prioriza frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, reduzindo o consumo de produtos de origem animal.
