Brasil cai no Global Innovation Index 2025 e acende alerta sobre futuro da inovação
O Global Innovation Index 2025, ranking global de inovação produzido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, revelou que o Brasil perdeu posições em relação ao ano anterior. Nesta edição, o país ocupa a 52ª posição entre 139 países avaliados, uma queda de duas posições em comparação com 2024.
Desempenho do Brasil e da América Latina
Apesar de estar entre as 10 maiores economias do mundo, a posição do Brasil no ranking de inovação é considerada insatisfatória. A situação se agrava quando comparada à produção científica, onde o país ocupa uma posição apenas mediana. Este é um problema crônico na América Latina, com vários países da região ocupando as últimas posições. O Chile se destaca como o melhor colocado da região, superando o Brasil.
Análise do Ranking Global
A Suíça lidera o ranking pela 15ª vez consecutiva, seguida por Suécia, Estados Unidos, Coreia do Sul e Singapura. Um marco importante é a entrada da China no Top 10, demonstrando o impacto do investimento em ciência e tecnologia no desenvolvimento de um país.
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A Importância do Global Innovation Index
Produzido desde 2007, o Global Innovation Index se tornou a principal referência mundial para medir a capacidade dos países de gerar, absorver e transformar inovação. Ele é crucial porque não se limita ao presente, considerando a evolução e o futuro das economias. Enquanto o PIB reflete o tamanho da economia atual, o ranking de inovação indica as perspectivas de crescimento ou estagnação para os próximos anos. Países que investem em inovação tendem a ter empresas mais competitivas, produtos superiores, empregos qualificados e maior renda per capita.
Desafios e Oportunidades para o Brasil
A WIPO utiliza mais de 80 indicadores divididos em dois blocos principais: insumos (investimentos em educação, infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento) e resultados (produção científica, patentes, exportações de alta tecnologia). O Brasil apresenta um desempenho relativamente melhor nos resultados do que nos insumos, indicando uma capacidade de transformar investimentos em realizações concretas. No entanto, a América Latina enfrenta desafios comuns, como problemas institucionais, burocracia, instabilidade política e deficiências na formação de engenheiros e cientistas. O investimento em P&D no Brasil é de apenas 1,3% do PIB, enquanto os líderes do ranking investem mais de 3%.
Rumo ao Futuro da Inovação no Brasil
Para avançar, o Brasil precisa aumentar o investimento em ciência e tecnologia (tanto público quanto privado), melhorar a qualidade da educação em áreas como ciências, tecnologia, engenharia e matemática, e fortalecer a colaboração entre universidades e empresas. Parques tecnológicos, incubadoras e hubs de inovação desempenham um papel fundamental nessa ponte entre conhecimento e mercado. Apesar dos desafios, há motivos para otimismo, como a biodiversidade única do país, ótimas universidades, empreendedores criativos e um mercado interno gigantesco. O que falta é estrutura, que pode ser construída com políticas públicas consistentes, investimento de longo prazo e parcerias sólidas entre os setores público, privado e acadêmico.
O ranking de 2025 serve como um alerta e um convite para que o país foque em suas fraquezas. O futuro da inovação no Brasil está sendo construído atrásra, e cada um pode contribuir como empresário, pesquisador ou cidadão.