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Conhecer e se adaptar à cultura local

Um bate-papo com Márcio Máximo, que treinou as seleções das Ilhas Cayman, da Tanzânia e da Guiana
Conhecer e se adaptar à cultura
Um bate-papo com Márcio Máximo, que treinou as seleções das Ilhas Cayman, da Tanzânia e da Guiana

Um bate-papo com Márcio Máximo, que treinou as seleções das Ilhas Cayman, da Tanzânia e da Guiana

O programa “Nas Quatro Linhas”, Conhecer e se adaptar à cultura, da CBN Ribeirão Preto, trouxe uma entrevista com Márcio Máximo, treinador com ampla experiência internacional, que já comandou seleções de base do Brasil e equipes em países como Ilhas Cayman, Tanzânia, Guiana e Qatar. Durante o bate-papo, Máximo detalhou as particularidades de trabalhar com seleções que não estão no centro do futebol mundial, abordando desde o desenvolvimento do jogo até o impacto nas ligas locais.

Experiência em seleções internacionais: Máximo destacou que, ao trabalhar em diferentes culturas, o treinador precisa se adaptar às realidades locais, pois a cultura influencia diretamente a performance dos atletas e a eficácia na transmissão das ideias táticas. No Qatar, por exemplo, ele encontrou jogadores técnicos, embora com pouca experiência internacional, e alcançou a melhor classificação da seleção em 20 anos na Copa da Ásia, chegando ao quinto lugar. Na Tanzânia, após quatro anos, a equipe subiu quase 100 posições no ranking da FIFA e renovou seu elenco, com jogadores chegando a atuar na Premier League.

Monitoramento e convocação de jogadores: Devido à baixa expressão mundial dessas seleções, Máximo explicou que é necessário buscar jogadores que atuam fora do país, muitos dos quais nunca estiveram nos países de origem. Paralelamente, há um trabalho de desenvolvimento do futebol local, com programas de treinamento contínuos e observação dos campeonatos nacionais, geralmente considerados de nível fraco. Na Guiana e nas Ilhas Cayman, por exemplo, muitos jogadores são naturalizados ou têm vínculos familiares com países como Inglaterra, refletindo o histórico de colonização e as regras da FIFA que permitem essas convocações.

Modelo de jogo e metodologia: Máximo ressaltou que o treinador de seleções deve ser flexível e adaptar o modelo de jogo às características dos jogadores e à cultura local. Em seleções como a da Tanzânia, com jogadores rápidos, mas menos técnicos, adotou um estilo reativo com transição rápida e marcação em linha baixa devido à menor concentração tática. Ele enfatizou a importância do tempo para que os jogadores assimilem o modelo e se adaptem, citando exemplos de clubes europeus que concedem um período de aclimatação para atletas estrangeiros.

Impacto nas ligas locais e visão sobre treinadores estrangeiros

Segundo Máximo, o desenvolvimento dos jogadores nas seleções contribui para a melhora dos clubes locais, pois os atletas retornam com maior nível técnico e exigência, elevando a qualidade dos treinamentos e jogos. Sobre a contratação de treinadores estrangeiros no Brasil, ele afirmou que tanto estrangeiros quanto brasileiros precisam de tempo para implantar seus projetos e que o sucesso depende mais das condições estruturais e do investimento do que da nacionalidade. Máximo defende que treinadores brasileiros têm evoluído e conquistado espaço no exterior, apesar das barreiras linguísticas e estruturais.

Panorama

Márcio Máximo continua ativo como instrutor de treinadores na CBF e mantém a carreira aberta para novas oportunidades, inclusive no Brasil. Ele reforça a importância de projetos de médio a longo prazo e da adaptação cultural para o sucesso no comando de seleções, especialmente em países com futebol em desenvolvimento.

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