Empresa alegou queda no faturamento com a diminuição de passageiros durante a pandemia; verba é questionada por vereadores.
O Sistema de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto: Um Contrato de 20 Anos sob Análise
Ribeirão Preto conta com o programa de mobilidade urbana “PróUrbano”, em vigor desde 2012 por meio de um contrato de concessão com duração de 20 anos (até 2032) e 92 cláusulas que regulamentam o serviço. Desde o início, o sistema tem enfrentado controvérsias. No primeiro ano, 22 irregularidades contratuais foram apontadas por uma CPI na Câmara Municipal, gerando ações civis que perduram até hoje.
Críticas e Questionamentos: Preço da Tarifa e Qualidade do Serviço
A população ribeirão-pretana tem utilizado um canal de reclamações online na Transerp, registrando cerca de 200 queixas mensais. Entre as principais críticas estão a superlotação dos ônibus, com relatos de passageiros viajando em pé mesmo em horários de pico, e o valor da tarifa (R$ 4,20), considerado alto por muitos usuários. A falta de investimento em melhorias no serviço, apesar do custo da passagem, também é uma preocupação frequente. O consórcio PróUrbano alega que a tarifa não cobre os custos operacionais, justificando a situação pela redução no número de passageiros durante a pandemia.
Subsidios e o Futuro da Mobilidade em Ribeirão Preto
Após a pandemia, a prefeitura repassou R$ 17 milhões ao consórcio, uma medida contestada pelo Ministério Público e pelo vereador Marcos Papa, presidente da Comissão Permanente de Mobilidade Urbana da Câmara. O contrato, segundo o vereador, não prevê subsídios, ao contrário de outras cidades do estado. José Mauro de Araújo, diretor de transporte da Transerp, afirma que subsídios são previstos apenas em situações excepcionais, como a pandemia. A reportagem procurou o consórcio PróUrbano para comentar sobre a contrapartida oferecida aos usuários em troca do subsídio, mas não obteve resposta.
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O sistema de transporte público de Ribeirão Preto enfrenta desafios significativos. A combinação de reclamações dos usuários, questionamentos sobre o contrato de concessão e a necessidade de investimentos em melhorias aponta para a urgência de soluções para garantir um serviço de transporte público eficiente e adequado às necessidades da população.