Levar o cachorro para a praia durante as férias pode ser uma experiência agradável, mas exige planejamento, atenção às regras locais e cuidados com a saúde do animal. O alerta é do médico-veterinário Gelson Genaro, especialista em bem-estar animal, em entrevista à CBN Ribeirão Preto.

Segundo o especialista, não existe uma legislação nacional única sobre a presença de animais nas praias. Cada município define suas próprias regras, que podem permitir, restringir ou proibir a circulação de pets na areia.

Além da legislação, o tutor deve avaliar se o animal está preparado para esse tipo de passeio. Vacinação e vermifugação precisam estar em dia, já que ambientes litorâneos aumentam o risco de verminoses, zoonoses e infecções, como o verme do coração e o chamado bicho geográfico.

Outro ponto de atenção é a água do mar. A ingestão pode causar vômito, diarreia e outros problemas gastrointestinais. O contato com a água salgada também pode provocar irritações nos olhos e ouvidos, o que torna indispensável um banho com produtos específicos para pets ao retornar da praia.

O calor excessivo é um dos maiores riscos. Diferente dos humanos, os cães não transpiram e regulam a temperatura principalmente pela respiração ofegante. Em dias muito quentes, esse mecanismo pode falhar, levando à hipertermia, condição grave que pode até causar a morte do animal.

A orientação é evitar exposição ao sol entre 10h e 14h, oferecer água fresca em abundância, sombra, alimentação leve e nunca deixar o pet passar o dia inteiro na praia. Mesmo cães que sabem nadar podem se cansar ou sofrer acidentes, especialmente animais idosos ou com problemas articulares.

Gelson também destaca a importância da identificação do animal, por meio de microchip ou medalha na coleira, para facilitar o reencontro em caso de fuga ou perda. Em algumas situações, o uso de protetor solar veterinário é indicado, principalmente em áreas com pouco pelo, como nariz, orelhas e barriga.