Ouça a reportagem da CBN Ribeirão com Marco Guarizzo
Ribeirão Preto desafiou a tendência de queda nas exportações observada em outras cidades da região no primeiro semestre deste ano. Enquanto o levantamento das 10 maiores cidades da região apontou uma retração de 31% no volume de exportações, Ribeirão Preto registrou um crescimento de 5,3%, totalizando US$ 92 milhões em exportações, em comparação com os US$ 86 milhões do mesmo período do ano anterior.
O Desempenho de Ribeirão Preto em Detalhe
Marcelo Maçoneto, gerente regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em Ribeirão Preto, analisou os números. Segundo ele, o bom desempenho de Ribeirão Preto não significa necessariamente um grande crescimento da cidade, mas sim uma queda mais acentuada nas cidades do entorno. Ele cita o exemplo de Araraquara, que teve uma queda significativa nas exportações de soja, contrastando com o aumento das exportações de soja em nível nacional. Maçoneto sugere que pode ter havido um rearranjo logístico, com empresas otimizando rotas de exportação da soja por outros caminhos que não Araraquara.
O Agronegócio como Motor das Exportações
Os dados do Ministério do Desenvolvimento apontam para um crescimento expressivo de produtos como adubadores (827%) e semeadores, plantadores e transplantadores (mais de 200%) em Ribeirão Preto. Maçoneto confirma que o agronegócio impulsionou as exportações da cidade. Ele destaca que os principais produtos com maior crescimento estão ligados ao setor. Ele ainda infere que o bom desempenho da AgriShow no primeiro semestre pode ter contribuído para esse impulso nas exportações.
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Mercados Importadores e Impacto Econômico
A China é o principal mercado importador dos produtos da região. No entanto, os dados de Ribeirão Preto mostram um aumento expressivo nas importações de Cuba. Maçoneto ressalta a importância das exportações para a economia, pois uma balança comercial superavitária traz divisas para o país. Embora a região seja superavitária, o estado de São Paulo e o Brasil apresentam balanças deficitárias. A região, portanto, contribui para diminuir esses déficits e melhorar as contas correntes do país. A expectativa para o segundo semestre não é muito otimista, devido à falta de investimentos e ao ano eleitoral, o que pode afetar o desempenho da economia. No entanto, Maçoneto acredita que o ritmo das exportações deve se manter semelhante ao do primeiro semestre.
Os números das exportações no primeiro semestre revelam um cenário complexo, com Ribeirão Preto se destacando em meio a um contexto de retração regional. O agronegócio se consolida como um importante motor da economia local, impulsionando as exportações e atraindo investimentos.



