Dimas Facioli analisa números do Caged e faz um panorama de como foi o desempenho do trabalho brasileiro no período
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou um aumento na geração de empregos formais no Brasil durante o primeiro semestre de 2024, Mercado de trabalho registra aumento nas, com destaque para o setor de serviços. Até maio, foram criados mais de 922 mil postos de trabalho, número que deve ultrapassar um milhão considerando os dados de junho, ainda não divulgados. Abril foi o mês com o melhor desempenho desde 2020, com 257,5 mil novas vagas.
Geração de empregos e setores em destaque
O setor de serviços liderou as contratações, seguido pela indústria, construção civil e agropecuária. No estado de São Paulo, que apresentou o maior número de contratações, foram abertas 72 mil vagas, seguido por Minas Gerais com 29 mil e Rio de Janeiro com 20 mil. A média salarial de admissão foi de R$ 2.251, representando um aumento de 15,96% em relação a março, embora ainda próxima ao salário mínimo.
Desemprego e mercado de trabalho: A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, apontou uma redução na taxa de desemprego para 6,2% no trimestre encerrado em maio, contra 6,8% nos três meses anteriores. O mercado de trabalho brasileiro continua demandando mão de obra, apesar das dificuldades de contratação devido à falta de qualificação e à baixa atratividade de algumas vagas.
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Desafios na contratação e mutirões de emprego: Há escassez tanto de profissionais qualificados quanto de trabalhadores para funções que exigem pouca experiência. Isso se deve a fatores como baixa remuneração, falta de perspectiva de carreira e condições de trabalho desfavoráveis, especialmente em vagas que exigem turnos noturnos ou trabalho aos finais de semana. Em Ribeirão Preto, por exemplo, o saldo de empregos formais até abril foi positivo, com 1.024 vagas abertas, um aumento de 209,37% em relação a março. A prefeitura local tem promovido mutirões para facilitar a contratação, embora especialistas alertem que essas iniciativas podem não ser suficientes sem melhorias nas condições oferecidas.
Impacto da inteligência artificial e qualificação profissional
O avanço da inteligência artificial tem transformado o mercado de trabalho, especialmente em atividades repetitivas como atendimento ao cliente, que tendem a ser automatizadas. As empresas buscam profissionais capazes de atuar em funções analíticas e de gestão dessas tecnologias. As posições mais contratadas continuam sendo as de primeiro emprego, como escriturário, auxiliar administrativo, vendedor e operadores de máquinas. A qualificação profissional é apontada como essencial para que os trabalhadores se adaptem às novas demandas do mercado.
Entenda melhor
O Caged contabiliza apenas empregos formais, não incluindo os informais. A Pnad Contínua do IBGE abrange todas as formas de emprego, oferecendo uma visão mais ampla do mercado de trabalho. A média salarial mencionada reflete a remuneração inicial, que ainda é considerada baixa para os níveis de qualificação exigidos atualmente.