Jornalista e escritora foi escolhida para a vaga que pertencia ao cineasta Cacá Diegues; Lígia Boareto comenta
A jornalista e escritora Miriam Leitão foi eleita para uma vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL) com 20 votos de um total de 37. A cadeira que ela ocupará pertencia ao cineasta Cacá Diegues, Míriam Leitão é eleita para ocupar, que faleceu em fevereiro deste ano. Miriam Leitão é autora de 16 livros publicados em diversos gêneros, destacando-se obras como “Saga Brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda”, vencedora do Prêmio Jabuti de melhor livro de reportagem.
Sobre a Academia Brasileira de Letras
A ABL é composta por 40 membros, conhecidos como imortais. Quando um integrante falece, uma nova pessoa é eleita para ocupar a vaga, mantendo sempre o número de 40 membros ativos. Pelo menos 25 desses membros precisam residir no Rio de Janeiro, onde fica a sede da instituição. O integrante mais idoso atualmente é o gramático Evanildo Bechara, de 97 anos, referência em gramática no Brasil. O membro mais antigo é José Sarney, ex-presidente da República e um dos fundadores da Academia. O atual presidente da ABL é o jornalista e colunista Michaelis Pereira, também da GloboNews.
Participação feminina na ABL: Miriam Leitão é a quinta mulher entre os membros atuais da ABL, que conta com Ana Maria Machado e Fernanda Montenegro, entre outras. Ao longo da história, apenas 12 mulheres foram eleitas para a Academia. A primeira foi Rachel de Queiroz, em 1977. Na década de 1950, a ABL chegou a estabelecer uma regra que impedia a participação de mulheres, o que representa um período negativo na história da instituição. Atualmente, a presença feminina vem aumentando, refletindo maior representatividade.
Leia também
Trajetória de Miriam Leitão: Além de sua atuação como jornalista na GloboNews, Miriam Leitão tem uma carreira consolidada como escritora. Em sua juventude, durante a ditadura militar na década de 1970, ela foi presa e torturada aos 19 anos, enquanto estava grávida. Essa experiência marcou sua vida e influenciou sua produção literária e jornalística.
Curiosidade sobre Chico Buarque e a ABL: O cantor e compositor Chico Buarque, apesar de sua importância cultural e dos prêmios recebidos, como o Prêmio Camões, nunca será membro da Academia Brasileira de Letras. Isso ocorre porque seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, assinou um manifesto contra a entrada de políticos na ABL, em protesto à eleição do ex-presidente Getúlio Vargas para a Academia. Chico Buarque mantém esse compromisso hereditário e não pretende se candidatar a uma vaga.
Informações adicionais
A posse de Miriam Leitão na Academia Brasileira de Letras ainda não foi realizada. A instituição mantém tradição e regras específicas para a eleição e composição de seus membros, refletindo a história literária e cultural do Brasil.