Mesmo com queda do barril do petróleo, valor final tem sido maior. Entenda!
O preço da gasolina e do diesel deve cair nas refinarias devido à redução do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Entretanto, essa queda nem sempre chega ao consumidor final, com os postos de combustíveis registrando aumentos nos últimos dias. O etanol também apresenta alta, com cinco semanas consecutivas de elevação de preços nas usinas, apesar de sua precificação não estar diretamente ligada à do petróleo.
Queda do Petróleo e Possível Impacto nos Derivados
Nesta quarta-feira (28), o barril de petróleo está cotado em US$ 37,70, representando uma queda de quase 5% em relação ao dia anterior. Essa redução, observada desde segunda-feira, é atribuída ao temor de um segundo lockdown na Europa, especialmente na França, devido ao aumento de casos de Covid-19. Uma paralisação na economia europeia impactaria diretamente a demanda por petróleo, levando a uma queda nos preços dos derivados, incluindo a gasolina. Historicamente, uma queda no preço da gasolina impacta o preço do etanol, reduzindo-o em cerca de 70%.
Entre-Safra do Etanol e Incertezas no Mercado
No entanto, a situação do etanol no Brasil apresenta um cenário complexo. Com o fim da safra de cana-de-açúcar se aproximando (em novembro), o mercado entrará em um período de entre-safra, utilizando estoques. Essa situação atípica cria uma incerteza: a queda do preço do petróleo pressionaria para baixo o preço da gasolina, enquanto a entre-safra do etanol poderia manter seus preços elevados. A manutenção da diferença de 70% entre os preços de gasolina e etanol seria crucial para evitar o acúmulo de estoques nos postos.
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Cenário Econômico e Preços dos Combustíveis
A queda do barril de petróleo, em paralelo com a possível retomada da economia brasileira e o fechamento de mercados na Europa, cria um cenário incerto para os preços dos combustíveis. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) divulgou uma nova tabela de preços médios ponderados ao consumidor final, que entrará em vigor em 1º de novembro. A utilização de três casas decimais na precificação dos combustíveis nos postos, gerando valores como R$ 0,999, também é um fator que precisa ser revisto. A demanda por combustíveis tende a aumentar com a flexibilização da quarentena e a retomada das atividades econômicas. Regiões como Ribeirão Preto, com a possibilidade de avanço para a fase verde do plano de retomada de São Paulo, devem apresentar aumento no consumo de etanol, impulsionando a demanda.
Em resumo, a queda do preço do petróleo cria a expectativa de redução nos preços da gasolina e do diesel, mas a situação do etanol na entre-safra e as incertezas do cenário econômico internacional e nacional tornam a previsão de preços complexa e dependente de diversos fatores.