TDAH em debate com alerta para diagnósticos precisos e falhas no atendimento público
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um tema relevante e que merece atenção. A primeira descrição documentada do transtorno remonta a 1753, em um artigo de um médico holandês, demonstrando que o TDAH não é uma novidade na história da medicina.
O Que é TDAH?
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, em diferentes graus. A desatenção se manifesta na dificuldade em manter o foco, facilidade em se distrair, desorganização e esquecimento. A hiperatividade é aquela agitação constante, a dificuldade em permanecer parado, mesmo em atividades de interesse. Já a impulsividade se traduz na dificuldade em aguardar a vez, responder antes do término das perguntas e interromper os outros.
Quando Suspeitar do TDAH?
É importante ressaltar que crianças, por natureza, podem ser desatentas, hiperativas e impulsivas. No entanto, a suspeita de TDAH surge quando esses sintomas causam prejuízos significativos na vida da criança. Esses prejuízos podem se manifestar no desempenho escolar, na dificuldade em socializar e manter amizades, e até mesmo na limitação da vida social da família. Os sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos e persistir por pelo menos seis meses para se considerar o diagnóstico.
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Desafios no Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico do TDAH pode ser realizado a partir dos quatro anos, com o auxílio de questionários validados a partir dos seis anos. No entanto, o grande desafio reside no acesso ao tratamento. Na rede pública, o acompanhamento com neuropediatras e psiquiatras infantis pode ser demorado. Além disso, a terapia, principal forma de tratamento para crianças menores de seis anos, e o metilfenidato, medicamento de primeira linha para crianças acima dessa idade, nem sempre estão disponíveis, o que muitas vezes leva as famílias a buscarem auxílio judicial.
Embora haja discussões sobre o excesso de diagnósticos, é crucial garantir que as crianças que necessitam de tratamento recebam a assistência adequada, com políticas públicas que priorizem a saúde mental infantil.