Você precisa responder muitas mensagens de WhatsApp no trabalho?

A era da comunicação instantânea, impulsionada por aplicativos como o WhatsApp, trouxe consigo a promessa de maior agilidade e produtividade. No entanto, será que essa cultura do “sempre online” está realmente nos beneficiando, ou estaria, na verdade, sabotando nossas carreiras e nossa capacidade de análise?

O Impacto da Interrupção Constante

Uma pesquisa da Universidade da Califórnia revelou um dado alarmante: uma interrupção causada por uma mensagem, seja no WhatsApp ou por e-mail, pode levar em média 23 minutos para que a pessoa recupere o foco e retorne ao ponto onde estava anteriormente. Isso significa que passamos grande parte do dia interrompendo nosso fluxo de trabalho, o que prejudica a capacidade de desenvolver temas complexos e realizar conexões neurais importantes.

A Armadilha da Agilidade Superficial

A professora Teresa Amabile, de Harvard, em um estudo sobre criatividade, constatou que pessoas que trabalham sob pressão constante, com respostas imediatas, tendem a produzir soluções menos inovadoras e profundas. Em outras palavras, estamos priorizando a agilidade em detrimento da qualidade e da capacidade de análise. Essa cultura do “sempre online” pode estar sufocando a diversidade de ideias e a capacidade de resolver problemas de forma eficaz.

Estratégias para Recuperar o Foco

Felizmente, algumas empresas já estão buscando romper com essa cultura do “sempre online”. A Boston Consulting Group, por exemplo, implementou janelas de desconexão, proibindo o envio de e-mails e mensagens em horários específicos. A Volkswagen, na Alemanha, adotou uma abordagem diferente, desencorajando respostas imediatas a e-mails, com o objetivo de promover uma reflexão mais aprofundada.

Para combater os efeitos negativos do “sempre online”, é crucial incluir momentos de silêncio em nossa rotina, desligando notificações e reservando tempo para trabalhos que demandem concentração. Além disso, é importante classificar as demandas como urgentes ou não urgentes, priorizando aquelas que realmente impactam os resultados da organização. E, por fim, a liderança deve verbalizar a importância da qualidade em vez da velocidade, incentivando uma cultura que valorize a análise e a reflexão.

Ao adotarmos essas medidas, podemos recuperar o controle sobre nosso tempo e nossa capacidade de concentração, promovendo um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável.