As mudanças climáticas
Em um bate-papo com o renomado climatologista Carlos Afonso Nobre, membro da ONU e especialista na COP30, foram abordadas as urgentes questões climáticas que afetam o planeta. A entrevista, conduzida por Edmú Bernardes na CBN, explorou a degradação climática e suas consequências, oferecendo uma análise didática para o público.
A Ciência por Trás da Degradação Climática
Nobre explicou que a degradação climática é inegável, resultado do aumento de gases de efeito estufa na atmosfera. Gases como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso retêm o calor, elevando a temperatura da Terra. Esse fenômeno, que sempre existiu, atrásra é intensificado pela ação humana, especialmente pela queima de combustíveis fósseis, desmatamento e emissões de ruminantes. O aumento da temperatura já atingiu 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, resultando em eventos extremos como ondas de calor, secas, incêndios e chuvas torrenciais.
Os Impactos Alarmantes do Aquecimento Global
O climatologista alertou sobre os riscos de um aumento de 3 a 4 graus Celsius até o final do século. Essa elevação tornaria vastas áreas do planeta inabitáveis, especialmente nas regiões equatoriais. No Sudeste do Brasil, por exemplo, mais de 100 dias por ano seriam insuportáveis para a vida humana. As ondas de calor, já responsáveis por mais de 500 mil mortes anuais, se intensificariam, afetando principalmente idosos, bebês e pessoas doentes. Nobre enfatizou que não se trata apenas de calor, mas de contrastes climáticos que afetam plantações e ecossistemas.
Leia também
Soluções e o Papel da Agricultura Regenerativa
Apesar do cenário preocupante, Nobre apresentou soluções viáveis, como a transição para energias renováveis. Ele destacou que a China e a Índia estão acelerando essa transição, embora ainda dependam fortemente de combustíveis fósseis. No Brasil, a produção de eletricidade já é majoritariamente renovável. Além disso, a agricultura e pecuária regenerativas surgem como alternativas promissoras. Essas práticas, que integram a produção agrícola com a preservação de biomas, promovem a remoção de carbono do solo, reduzem a necessidade de desmatamento e aumentam a produtividade. A agricultura regenerativa, por exemplo, diminui as ondas de calor e aumenta a polinização, tornando-se mais lucrativa e sustentável.
A urgência em mitigar os efeitos das mudanças climáticas é evidente, e a colaboração global, juntamente com a adoção de práticas sustentáveis, é fundamental para garantir um futuro habitável para as próximas gerações.
