Rodrigo Paschoalotto, especialista em trânsito, analisa as causas dessa alta de acidentes fatais nas vias da cidade
Dados do Detran indicam que o trânsito em Ribeirão Preto é o quarto mais letal do estado de São Paulo, Ribeirão Preto tem aumento de 40%, com uma taxa de quase 16 mortes a cada 100 mil habitantes. Nos três primeiros meses de 2025, foram registradas 28 mortes, totalizando 117 óbitos no ano anterior. Houve um aumento de 40% nas mortes no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, quando ocorreram 20 óbitos. Fevereiro foi o mês com maior número de mortes, com 11 casos.
Perfil das vítimas: Segundo dados do Infociga, Ribeirão Preto tem aumento de 40%, 68% das vítimas são homens e 32% mulheres. Motociclistas representam 47% das mortes (13 casos), ciclistas 21% (6 mortes), seguidos por pedestres (5) e motoristas (4).
Fatores e desafios no trânsito: O advogado especialista em trânsito Rodrigo Pasqualoto destacou que, apesar da sinalização adequada, o principal problema está no desrespeito às normas por parte dos condutores. Ele aponta que o conhecimento das leis não garante o cumprimento, pois a educação para o respeito no trânsito deve ser reforçada desde a formação familiar e social.
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Pasqualoto enfatiza a necessidade de intensificar a fiscalização, que atualmente é insuficiente em Ribeirão Preto devido ao número reduzido de agentes de trânsito. Segundo ele, a cidade precisaria de cerca de 500 agentes para atender à demanda, enquanto atualmente há cerca de 26 a 30 agentes da Rpmob. Além disso, ele defende que a fiscalização deve ser educativa, com abordagens que expliquem os riscos das infrações, e não apenas a aplicação de multas.
Conscientização e comportamento dos condutores
O especialista ressalta que a pressa, o estresse e as preocupações pessoais influenciam negativamente o comportamento no trânsito, levando a atitudes perigosas como desrespeito a semáforos e ultrapassagens arriscadas. Ele recomenda que os motoristas mantenham a concentração ao dirigir, deixando de lado outras preocupações para garantir a segurança.
Pasqualoto também comenta que a fiscalização atual é limitada, focada principalmente em radares de velocidade, sem abordar outras infrações comuns, como ultrapassagens perigosas de motociclistas. Ele sugere campanhas educativas e a atuação preventiva dos agentes para modificar o comportamento dos condutores.
Infraestrutura e transporte público: O advogado reconhece que a engenharia de trânsito apresenta gargalos que precisam ser resolvidos, mas destaca que a prioridade imediata deve ser a conscientização dos condutores. Ele também menciona a importância de respeitar as faixas exclusivas para ônibus, que muitas vezes são invadidas por veículos particulares, prejudicando o transporte público e a segurança viária.
Informações adicionais
Moradores e profissionais do trânsito em Ribeirão Preto apontam a falta de fiscalização efetiva e a demora no atendimento a acidentes como fatores que agravam a situação. A colaboração entre agentes de trânsito e a polícia militar é sugerida para ampliar a segurança viária. O aumento no número de veículos e a baixa atratividade do transporte coletivo também contribuem para o aumento dos riscos no trânsito local.



